O trabalho dignifica o homem já diziam as más línguas. Mas também é o maior responsável pelo estresse diário que pode ser o desencadeador de diversas enfermidades.
Como experiência de vida (parece que tenho muita!!) trabalhei num banco... e garanto a vocês, clientes de bancos, tenham paciência com os funcionários das agências. Eles não são o banco, não são seus inimigos e muito menos são merecedores de qualquer indignação, revolta ou ódio que você acaso venha a ter de um banco. A impressão que eu fiquei ao trabalhar lá foi que as pessoas já chegam lá armadas! Sério, chegam comas as pedras protas para arremessar... paciência minha gente, funcionário não está lá para aagredir ninguém, e principalmente, não está para ser agredido. São pessoas! Gente como você e eu.
Trago comigo uma situação um tanto quanto traumática da experiência profissional mencionada: fui agredida e humilhada verbalmente em público. Foi uma das piores esperiências que vivi, por enquanto. Já havia brigado na saída da escola, perdido meu presente de aniversário, esquecido uma data importante e até discutido com minha mãe, mas nunca havia sentido tamanho sentimento. Não sei dizer bem o que era... medo, ansiedade, raiva, tristeza... até hoje não sei o que era. Meu coração parou, tudo aconteceu em 05 minutos... intermináveis. Senti um formigamento na nuca, estava gélida, pálida... minha garganta trancou e nenhuma palavra ousaria em sair. Fiquei muda, com cara de choro com uma dor forte no peito e na cabeça. Não fazia ideia do que estava acontecendo comigo, mas a vontade era de sair aos prantos pra casa. Mas continuei ali, trabalhando até o horário de sair, muda, calada, triste e humilhada. Era um dia de muito movimento na agência. Depois do ocorrido, aquela pessoa se retirou da agência, e um cliente que havia presenciado aquele show de horrores, e estava sendo atendido pelo meu colega de trabalho ao lado, desejou-lhe um bom dia, e num gesto de apoio a mim, disse "especialmente pra você".
No dia seguinte eu não voltei para trabalhar, não tinha estrutura emocional suficiente para isso. Passei esse tempo todo chorando muito, sentindo tudo aquilo que eu engoli no dia anterior ali, naquele momento. Minha família sofreu comigo, via o rosto dos meus pais ao ver meu sofrimento, principalmente minha mãe. Passei no médico da empresa, para justificar a falta, e ele me receitou um calmante.
Voltei a trabalhar normalmente, tomando o calmante, claro. O tempo foi passando e o trauma estava sendo superado, sempre com o calmante... Até que um dia, um gerente, muito gente boa por sinal, perguntou sobre aquela pessoa, e queria saber o que havia acontecido. Na tentativa de me ajudar, veio me alertar que o dito cujo do cidadão resolvera entrar com algum recurso para me tirar dali.
Fiquei perplexa com a informção. O que leva uma pessoa a querer prejudicar a outra a tal ponto? Cheguei a conclusão de que há pessoas ruins nesse mundo, e que não tem explicação alguma a atitude dele.
Enfim, depois de muito pensar, pedi demissão sem que tenha atingido 5 meses de atividades laborais naquela instituição. Não queria passar por nada mais relativo a isso, muito menos correr o risco de manter contato com aquela pessoa.
Hoje já não lembro do rosto do cidadão. Nem da filha dele, a desencadeadora de toda confusão. Mas lembro daquele moço que que me desejou um bom dia!
Só para matar a curiosidade, houve um mal entendido entre mim e filha do senhor que me atacou verbalmente. Ela me interpretou mal, e o pai dela muito menos.... acho que não vale a pena explicar o que houve. Já houve. Já foi.
Confesso que sofri para voltar a trabalhar. Tinha receio das pessoas. Até hoje tenho medo de falar com pessoas com o mesmo biotipo do senhor nervoso, pois me lembram ele.
Tenho me esforçado para superar, mas as cicatrizes ficam, para lembrarmos das nossas experiências, das nossas vitórias e das nossas derrotas, como um álbum de fotografias, em que é só a gente bater o olho que aquele momento surge em nossas mentes...
Hoje sei que fiz um bom negócio!
até
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